Diário de Bordo

Entre GPUs e instituições: o que (realmente) importa agora

João Piccioni

26 jun 2025, 14:44 (Atualizado em 26 jun 2025, 14:44)

O primeiro semestre de 2025 se encerra com lições valiosas: a tecnologia continua redefinindo o possível, a diplomacia ainda tem seu lugar no mundo moderno, e os mercados financeiros permanecem como reflexo das tensões e oportunidades de nosso tempo.  E quem ainda lê o placar com os olhos do passado corre o risco de perder o enredo. A ações da Nvidia alcançaram um novo topo histórico.  O valor de mercado da companhia superou a marca dos US$ 3,75 trilhões em uma arrancada que transcende os gráficos. A maior empresa do mundo não extrai petróleo, não empresta dinheiro e não vende softwares — ela fabrica suas famigeradas GPUs. E isso diz muito sobre onde estamos e para onde vamos. O novo “roaring-20s” segue bastante vivo.

A nova economia está sendo construída neste exato momento e os investidores que entenderem a natureza dessa transformação terão uma vantagem significativa na próxima década. Os dados de investimento em infraestrutura de IA falam por si. O ciclo começou, tem fôlego e vai ganhar o suporte de políticas fiscais ao redor do mundo (leia-se Europa). A realidade é que os fluxos ainda estão no início do caminho. A tecnologia segue abrindo avenidas de produtividade, e os temas estruturais estão se tornando, enfim, consenso de mercado. A diferença estará nos preços que se paga para estar neles e nos ativos que se escolhe para representar cada tese.

No front geopolítico, o cessar-fogo entre Israel e Irã encerrou a chamada “guerra dos 12 dias” e permitiu que os mercados retomassem um pouco da normalidade. O petróleo recuou, ao passo da leitura dos fundamentos e do equilíbrio entre oferta e demanda. Até acredito que o caminho para os ativos ligados ao setor se torne mais favorável no segundo semestre. Mas a sustentação de longo prazo parece frágil.

O Brasil ganhou um capítulo institucional importante com a derrubada do decreto que aumentava o IOF. O Congresso impôs uma derrota ao Executivo e reforçou a importância do equilíbrio entre os Poderes. Do ponto de vista fiscal, resta a ver as novas estratégias do governo. O mais relevante, no entanto, está na sinalização: o “cercadinho” mais uma vez voltou a ser respeitado. O investidor estrangeiro, atento a essas nuances, segue alocando por aqui. O fluxo já soma mais de R$ 21 bilhões no ano, e o real mostra força em um ambiente que favorece emergentes.

Seguimos navegando com a bússola apontada para o futuro, cientes de que as melhores oportunidades muitas vezes emergem dos momentos de maior incerteza. Este segundo semestre promete ser ainda mais dinâmico, com dois grandes gatilhos no radar: lá fora, os olhos se voltarão para a discussão sobre cortes do Fed, e, aqui, a incorporação do ciclo eleitoral nos preços dos ativos. Como sempre, permanecemos atentos às oportunidades que surgem quando os mercados se mostram mais voláteis e as convicções se tornam mais importantes que as emoções.

O comportamento dos mercados em junho

O embalo dos mercados internacionais na reta final do ano trouxe a confiança para uma retomada das alocações nas bolsas. O índice S&P 500 atingiu novas máximas, puxadas pelas Magnificent Seven — provavelmente uma desilusão para os preconizadores do “fim dos tempos”. No mês, o principal índice dos mercados financeiros globais avançava mais de 3%. O Nasdaq-100, por sua vez, despontava mais uma vez como o destaque global, apresentando valorização superior aos 4,5%. 

Em nossos fundos continuamos posicionados para capturar o vento de cauda proporcionado pelos fluxos de recursos globais. Do lado dos multimercados e renda variável, estamos posicionados na Europa, por meio de ETFs regionais e setoriais (bancos e small caps), ouro, energia nuclear, criptomoedas e casos selecionados nas bolsas americanas. Nos fundos de ações internacionais, mantemos um foco grande nas companhias ligadas ao desenvolvimento da infraestrutura para o IA, além de caminhar em direção à fronteira da tecnologia. Nos fundos locais, o fim do IOF trouxe os FIDCs de volta ao jogo no Empiricus Atrium FIC FIDC: a hora é de aproveitar a Selic elevada (15%) e o prêmio em excesso ao investidor. Nas ações locais, continuo construtivo com o ambiente, apesar do mês um pouco mais complicado. 

Na semana que vem publicaremos a Carta do Gestor do mês de julho. Nela trarei as atualizações sobre o nosso cenário e a visão para o segundo semestre para diferentes classes de ativos. Não deixe de conferir.


Vamos em frente!



Forte abraço,
João Piccioni


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