Panorama Tech
Panorama Tech | 08 de Setembro de 2025

Ao longo desta semana, o mercado acompanhará as repercussões do evento “Awe Dropping” da Apple (9 de setembro de 2025), no qual a gigante de Cupertino apresentará a série iPhone 17, além de novos relógios e AirPods. Esse é um bom momento para explorar as decisões estratégicas que estão moldando o futuro da empresa, pois os lançamentos serão um indicador crucial da capacidade de inovação da Apple em meio a desafios geopolíticos e à acirrada corrida pela inteligência artificial. Vamos ao panorama:
🌍A Gigante em uma corda bamba geopolítica
A revelação do iPhone 17 acontece em um cenário de crescente tensão geopolítica, especialmente devido à rivalidade comercial entre Estados Unidos e China. A Apple tem sido alvo de críticas do Presidente Trump por depender fortemente da produção na China e na Índia. Esse contexto gera um risco duplo: impacta a cadeia de suprimentos da empresa e ameaça suas vendas em um de seus mercados mais importantes. A Apple já admitiu que espera um impacto tarifário de US$ 1,1 bilhão no período atual.
Como parte de sua estratégia para apoiar o lançamento do iPhone 17, a Apple tem buscado diversificar agressivamente sua cadeia de suprimentos. Pela primeira vez, todos os modelos do iPhone 17, incluindo as versões Pro, serão fabricados na Índia, em cinco fábricas locais — duas delas recém-inauguradas. O objetivo é claro: reduzir a dependência da China para envios aos EUA e minimizar os riscos tarifários. As exportações de iPhones da Índia para os Estados Unidos devem saltar de 53% no primeiro semestre de 2024 para 78% em junho de 2025. O Tata Group, um parceiro que cresce rapidamente, deverá produzir quase metade dos iPhones fabricados na Índia dentro de dois anos.
🏃A Maratona da IA: Por que a Apple segue em seu próprio ritmo
Enquanto o mundo aguarda o iPhone 17, a Apple tem sido vista por alguns como “atrasada” na corrida da inteligência artificial, especialmente quando comparada a concorrentes como Microsoft e Google, que investem pesadamente em modelos na nuvem e aquisições. No entanto, como já falamos em outras publicações, essa postura mais contida é, possivelmente, uma escolha estratégica deliberada. A empresa prioriza a experiência do usuário, a computação no dispositivo (edge computing) e o controle total do ecossistema.
Sua estratégia de IA, batizada de “Apple Intelligence”, não visa competir de frente com os grandes modelos de linguagem (LLMs), mas sim processar dados diretamente nos dispositivos, como iPhone e iPad. Isso reduz a latência e maximiza a privacidade — dois pilares centrais da proposta de valor da marca. E apesar do redesign da Siri com IA ter sido adiado para 2026, a Apple segue integrando inteligência artificial em todo o seu ecossistema, com foco em desempenho e redução de custos. Espera-se que os modelos do iPhone 17 venham com 12GB de RAM, justamente para suportar o uso em “grande escala” da Apple Intelligence.
🔆Luz no fim do túnel: Onde o software encontra o hardware
O verdadeiro potencial da IA da Apple parece intrinsecamente relacionado com a evolução de seu hardware, e o iPhone 17 é um passo crucial nessa direção. A estratégia de migrar as operações de IA da nuvem para o dispositivo será fundamental, e os novos chips que virão nos iPhones recém-anunciados são parte essencial desse plano.
O iPhone 17 básico deve contar com o chip A19, enquanto as versões Pro trarão o A19 Pro. Esses chips da série A são otimizados para processamento de IA no aparelho, concedendo à Apple uma vantagem competitiva em hardware. A integração profunda entre hardware e software não só melhorará a Siri e apps nativos como Fotos, iMessage e Mapas, como também impulsionará todo o ecossistema. Isso preparará o terreno para futuras incursões em áreas como carros autônomos e realidade aumentada, permitindo que a Apple ofereça produtos de alta tecnologia perfeitamente integrados — incluindo o Apple Vision Pro.
✅Conclusão
O lançamento do iPhone 17 é um teste de resiliência e inovação para a Apple. Embora grandes avanços em IA possam chegar apenas em 2026, a postura da empresa reflete sua conhecida estratégia de “esperar e aperfeiçoar” antes de lançar um produto superior. Em vez de ser a primeira na corrida, a Apple busca se consolidar como mestre da integração. Seu grande trunfo não é a potência bruta de modelos de IA, mas a capacidade de entregar uma experiência de usuário integrada e controlada em seu vasto ecossistema.
A Apple aposta que sua paciência estratégica e foco em integração e privacidade serão sua grande vantagem, consolidando sua liderança e garantindo que, quando der o salto definitivo na IA, fará isso em seus próprios termos. O iPhone 17 é um passo importante nessa trajetória: vamos ver se daí em diante a aposta da companhia se concretizará.
————————————————————-
Performance dos fundos (em 12M – até o dia 04/09/2025):
- Tech Select: +14,17%
- Tech Bets: +21,52%
————————————————————-
➡️ Além deste canal, não deixe de acompanhar as outras publicações da gestora:
Podcast Tech Riders – https://emprc.us/BpjDQW
Cartas Trimestrais – https://emprc.us/RVnGof
Capital Pulse – https://emprc.us/10xxrY
Radar Crypto – https://emprc.us/gj2O0U