Panorama Tech

Panorama Tech | 15 de Setembro de 2025

Pedro Carvalho

15 set 2025, 11:31 (Atualizado em 15 set 2025, 11:31)

A semana passada foi marcada por dois sentimentos opostos: uma leve frustração e um otimismo contagiante. O primeiro veio dos lançamentos da Apple, que, para muitos, não trouxeram inovações significativas. Já o segundo, e mais surpreendente, veio do call de resultados da Oracle e da revelação de um RPO (Remaining Performance Obligation) de US$ 455 bilhões.

Neste panorama, exploraremos esses dois momentos.

📱 Sem grandes novidades

Na última terça-feira, o evento de lançamentos da Apple gerou expectativas, mas acabou transmitindo uma sensação de déjà vu. O foco esteve na evolução sutil de produtos já consolidados. O grande destaque, o iPhone Air, parece mais uma variação do modelo Pro, com um design mais leve e fino, mas sem um salto tecnológico que justifique grande euforia.

Outra novidade foi a capacidade de tradução simultânea nos AirPods. Embora útil, essa funcionalidade já está disponível em outros fones de ouvido e não representa um diferencial disruptivo para a marca. Em resumo, a Apple segue aprimorando seus produtos, mas o evento reforçou a percepção de que a empresa, que um dia revolucionou a indústria mobile, vive agora uma fase de evolução gradual – e não de revolução.

🔮 O Oráculo da IA

Enquanto a Apple se manteve na zona de conforto, a Oracle demonstrou ambição gigantesca. Em seu call de resultados, a empresa divulgou um RPO de US$ 455 bilhões, um recorde que aponta para um crescimento substancial e futuro. Esse número reflete a estratégia da Oracle de se consolidar como um player de peso entre os hyperscalers no mercado de Inteligência Artificial.

A companhia tem investido fortemente em infraestrutura de nuvem, com o objetivo de atrair grandes cargas de trabalho de IA. Esse movimento representa um ponto de virada, mostrando que a Oracle não quer ser apenas uma provedora de bancos de dados, mas sim um pilar fundamental na infraestrutura global de IA.

🤝 OpenAI e um equilíbrio delicado

Uma parte significativa desse RPO, cerca de US$ 300 bilhões, está vinculada a um acordo com a OpenAI. Essa parceria é vantajosa para ambos os lados: a Oracle assegura um contrato massivo que valida sua estratégia em IA, enquanto a OpenAI garante a infraestrutura necessária para escalar suas operações.

No entanto, como em qualquer grande negócio, há riscos envolvidos. As expectativas de crescimento da Oracle estão parcialmente atreladas ao sucesso da OpenAI. Se o mercado de IA não evoluir como o esperado, ou se a OpenAI não alcançar suas metas, isso pode gerar um efeito cascata negativo para a Oracle. A magnitude do valor exige cautela, já que qualquer deslize pode impactar drasticamente as projeções de crescimento da empresa.

Conclusão

Estamos acompanhando movimentos estratégicos de dois gigantes: a Apple, que revolucionou e dominou o mercado mobile, e a Oracle, que se reinventa como provedora de nuvem especializada em IA. Ambas estão em momentos decisivos. A Apple enfrenta o desafio de evitar a mesmice para não perder relevância, enquanto a Oracle tem o potencial de crescer de forma robusta e sustentável.

Em ambos os casos, a cautela se faz necessária. A Apple precisa inovar para manter a liderança, e a Oracle deve garantir que suas promessas de crescimento se concretizem. Para o mercado, o cenário atual serve como lembrete de que nem todo brilho é ouro, e que grandes apostas, ainda que promissoras, sempre carregam consigo seus riscos.

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Performance dos fundos (em 12M – até o dia 11/09/2025):

  • Tech Select: +20,75%
  • Tech Bets: +30,03%

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