Radar Crypto
O que ficar de olho no mês de novembro

Temos uma série de eventos importantes programados para este mês, mas claro que tudo vai depender se o shutdown do governo vai terminar ou não.
Segue abaixo uma lista dos principais eventos do mês, com asterisco ao lado daqueles que podem ser afetados pelo shutdown:
- Dados da ADP sobre o número de empregos não agrícolas – quarta-feira – Quantos empregos foram criados ou perdidos na economia dos EUA no último mês, excluindo trabalhadores agrícolas?
- Dados do Índice de Sentimento do Consumidor de Michigan – sexta-feira – Qual é o humor dos consumidores (estão prontos para comprar ou estão economizando)?
- Índice de Preços ao Consumidor (IPC) – 13 de novembro – Uma medida restrita da inflação de bens e serviços de consumo.
- Índice de Preços ao Produtor (IPP) – 14 de novembro – Uma medida da inflação no atacado.
- Divulgação da ata do FOMC – 19 de novembro – O que foi discutido a portas fechadas pelo Fed em sua última reunião?
- *Despesas de Consumo Pessoal (PCE) – 26 de novembro – Uma medida ampla da inflação de bens e serviços de consumo (também conhecida como: a métrica de inflação preferida do Fed)
- *Vendas de Casas Novas – 26 de novembro – As pessoas estão comprando casas novas e em que ritmo?
- *PIB do 3º trimestre de 2025 (segunda estimativa) – 26 de novembro – A economia dos EUA expandiu ou contraiu no 3º trimestre?
Como já comentei, devido a essa potencial restrição nos dados econômicos, as chances de um corte na taxa de juros de dezembro não estão tão grandes quanto antes:

Falando em shutdown, este é um tema que vale a pena acompanhar, afinal isso adiciona incerteza ao mercado e podendo desencadear volatilidade.
É muito difícil prever o que pode rolar, mas o Polymarket pelo menos nos dá um “norte”:

Isso é ruim, mas alguns dias atrás estava previsto para 2 de dezembro e agora 30 de novembro.
O que mais ficar de olho?
Aproximadamente 20% das empresas do S&P 500 divulgarão seus resultados esta semana:

Tivemos um raro outubro negativo, o que comprova que o que aconteceu no passado, não significa que vai acontecer no futuro, mas:

Novembro é historicamente o melhor mês para o mercado de cripto com um retorno médio de 42,11%.
Isso não significa que será um ótimo mês para o mercado, afinal o “Uptober” passado foi negativo, mas vamos acompanhar!
Variações semanais (27/10/25 a 03/11/25)
₿ Bitcoin (BTC): US$ 106.801| Var. -3,39%
♦ Ethereum (ETH): US$ 3.597 | Var. -12,95%
🟠 Dominância Bitcoin: 60,79 | Var. +1,79%
🌐 Valor total do mercado cripto: US$ 3,5t | Var. -8,46%
💵 Valor de mercado de stablecoins: US$ 307,357b | Var. -0,42%
📊 Valor total travado (TVL) em DeFi: US$ 143,213b | Var.-9,66%
* dados referentes ao fechamento em 03/11/25
Tópicos da semana
- O CIO da Bitwise, Matt Hougan, afirmou que o Clarity Act, considerado o marco regulatório mais importante da história cripto nos EUA, tem 80% de chance de ser aprovado até o início de 2026: A lei acabaria com a disputa de jurisdição entre SEC e CFTC, definindo regras claras para diferenciar commodities digitais (como Bitcoin) de securities e trazendo proteção jurídica para desenvolvedores e protocolos DeFi. Hougan cita três fatores principais para o avanço: momentum político em Washington, apoio explícito do governo Trump e um caixa de US$260 milhões levantado por PACs cripto para influenciar o processo legislativo. Apesar do otimismo, democratas seguem propondo medidas mais rígidas para o setor, especialmente em relação ao DeFi e exigências de KYC.
- A Animoca Brands, gigante de investimentos em blockchain e games cripto avaliada em US$ 6 bilhões em 2022, anunciou que pretende abrir capital na Nasdaq por meio de um reverse merger com a fintech Currenc Group, operação prevista para ser concluída em 2026: A empresa que é dona de um portfólio com mais de 600 investimentos em áreas como DeFi, NFTs, metaverso e infraestrutura, incluindo OpenSea, Sandbox, Decentraland e Immutable — terá 95% da companhia resultante, enquanto os acionistas da Currenc ficarão com 5%. A Animoca também destacou seu tesouro cripto, com Bitcoin, Ethereum, Solana e o token MOCA, e disse que o movimento ocorre em meio a um ambiente regulatório mais favorável, que já levou Circle, Gemini e outras empresas do setor a buscarem listagem pública recentemente.
- A BitMine Immersion Technologies, liderada por Thomas Lee (Fundstrat), comprou mais 82.353 ETH na última semana, cerca de US$ 306 milhões, elevando seu total para 3,4 milhões de tokens, o equivalente a aproximadamente 2,8% de todo o supply de Ethereum e US$ 13,3 bilhões em valor: Com isso, o valor combinado do seu portfólio (cripto, caixa e participações) chega a US$13,7 bilhões. A empresa, que mira acumular 5% do supply de ETH no longo prazo e já passou da metade dessa meta, reforçou também sua posição de caixa para US$389 milhões. O movimento ocorre enquanto várias tesourarias cripto enfrentam pressão no mercado e recorrem a recompras de ações para lidar com o desconto em relação ao valor dos ativos subjacentes.
Gráficos da semana

O Bitcoin perdeu suporte no percentil 85 do seu preço de custo (em torno de US$109 mil) e agora está oscilando perto de US$103,5 mil.
O próximo nível-chave situa-se em torno do 75º percentil da base de custo (aproximadamente US$99 mil), que historicamente tem oferecido suporte durante as retrações.
A HEGEMONIA DO DÓLAR ACABOU?
Os Estados Unidos vivem uma crise de credibilidade sem precedentes: o déficit fiscal já passa de 6% do PIB, a dívida pública beira 130% e o balanço do FED se multiplicou por dez desde 2008. O mundo está saturado de dívida, mais de US$300 trilhões, e a inflação virou estrutural. Aos poucos, o sistema fiduciário começa a ser questionado.
Bancos centrais e fundos soberanos estão trocando Treasuries por ouro, e investidores buscam alternativas fora do sistema financeiro tradicional. Mas será que estamos vendo uma desdolarização real, ou apenas uma fuga estratégica do dólar?
E onde o Bitcoin entra nessa história, como ameaça, ou como complemento ao ouro na nova ordem monetária global?
No novo episódio do Crypto Never Sleeps, recebemos Matheus Spiess, CNPI para discutir o fim da ordem mundial como a conhecemos. Falamos sobre o desequilíbrio fiscal dos EUA, a corrida dos bancos centrais por lastro real, o papel do Bitcoin como reserva digital e até a surpreendente postura pró-cripto de Donald Trump.
O episódio está disponível no Youtube do Market Makers e também no Spotify.
Crypto Never Sleeps #26
Escrevo aqui no Radar Crypto representando o time da Empiricus Asset.
É sempre um prazer compartilhar essas ideias com vocês!
Saiba mais sobre nossos fundos de criptoativos:
Empiricus Digital Crypto
Empiricus Essential Crypto
Forte abraço,
Marcello Cestari